segunda-feira, 2 de setembro de 2013

NÓS SOMOS "OS CARAS". FORÇA NORDESTINA.





























Piadas e causos de Seu Lunga (FIGURA ILUSTRE DO NORDESTE )





"Seu Lunga no elevador (no subsolo-garagem).
Alguem pergunta: Sobe?
Seu Lunga: - Não, esse elevador anda de lado."
***
"Seu Lunga fumando um cigarro.
A pergunta: Ora, ora! Mas você gosta de fumar?
- Não, apagando o cigarro na língua diz, gosto de me queimar."
***
"Seu Lunga, quando jovem, se apresentou à marinha para a entrevista:
Você sabe nadar? Pergunta o oficial.
-Sei não senhor.
-Mas se não sabe nadar, como é que quer servir à marinha?
-Quer dizer que se eu fosse pra aeronáutica, tinha que saber voar!!"
***
"Seu Lunga vai saindo da farmácia, quando alguém pergunta:
Ta doente, seu Lunga?
- Quer dizer que seu fosse saindo do cemitério eu tava morto!!!"
***
"Entra um sujeito na sucata de Seu Lunga, escolhe um relógio um pouco velho e pergunta:
- Seu Lunga, esse relógio presta pra tomar banho?
- Eu prefiro um sabonete – Responde Seu Lunga."
***
"Seu Lunga dirigia seu carro tranqüilamente por uma estrada isolada, quando um dos pneus estourou. Ao constatar que ele não trouxera um macaco, pergunta uma pessoa que ia passando muito educadamente:
- Sabe onde eu acho a porra de um macaco?
- Lá naquela casa, lá longe - aponta o cidadão, encantado com tamanha fineza.
- Mas cuidado com aquele cara, ele é muito ignorante.
- Na escola que eu me formei, Virgulino Lampião foi reprovado por frouxura. - responde então Seu Lunga.
Depois de andar mais de 25km debaixo do sol escaldante do interior do Ceará, Seu Lunga finalmente chega à tal casa. Bateu na porta, então um homem abriu e gritou:
- PUTA QUE PARIU!!!!!! O que é que você quer, caralho!?!?!?!?!
- Pega a porra do macaco e soque no cú da sua mãe, fela da puta!!!!!!!"
***
"Seu lunga foi pegar um ônibus. . .quando o motorista pede sua carteira de identidade...vendo sua carteira de identidade, o motorista diz......
-essa carteira não é sua!
seu lunga responde:
-e esse ônibus é seu?"
***
"Um conhecido de Lunga pergunta: - E ae Seu Lunga, como anda?
 Seu Lunga responde sem olhar pra pessoa:
- Com as pernas não aprendi a voar ainda."

"Seu Lunga andava com sua bota com par de esporas. Quando um amigo seu pergunta - e esse par de esporar?
Seu Lunga responde: - pra caçar rato! O rapaz pergunta, como?
Seu Lunga diz: - primeiro você põe um queijo no c... e quando o rato vier, você chuta de calcanhar o rato com as esporas."

Flores

Flores é um município brasileiro do estado de Pernambuco. Administrativamente, o município é composto pelos distritos sede, Sítio dos Nunes e Fátima e pelos povoados de São João dos Leites, Tenório, Santana de Almas, Saco do Romão, Barragem do mel e Matolotagem.

    História]

    Logo após a fundação da casa real da torre da Bahia, nos fins do século XVI, Garcia d´Avila empenhava-se na colonização das terras às margens do Rio São Francisco, organizando diversas expedições, compostas de portugueses e índios capturados para servirem como escravos, que partiam em diversos rumos, a fim de explorarem fundando aldeias.
    Nos meados do ano de 1589, uma daquelas expedições, seguindo as margens do Rio Pajeú chegava a uma aldeia de índios tapuias, localizada à margem esquerda daquele rio no lugar hoje denominado Alto das Flores.
    Os Tapuias Rtama estavam em festa, em homenagem ao chefe de uma aldeia na serra da Baixa Verde em Triunfo.O guerreiro Aruan ordenou a prisão dos componentes da expedição, que mais tarde seriam trucidados pelos selvagens salvando-se apenas duas meninas que os índios começaram a adorar como divindades, tal suas belezas, que mais tarde deram-lhe os nomes de Aracê a mas velha e Moema à mais nova. Aquelas meninas ficaram sob a proteção dos guerreiros mais fortes que receavam que fossem capturadas por outros silvícolas.
    Por volta de 1603, outra expedição chegava aquele local, mas encontravam os Tapuias Rtama “meio civilizados”, certamente ao contato das duas meninas, que lhe ministravam certos conhecimentos, não só do idioma português, como cultivo da terra, etc. eram uns vinte portugueses e mamelucos, que, entendendo-se com os aborígines, construíram melhores habitações para acomodamento para todos os integrantes da expedição da casa da torre, chefiadas pelo português Simeão Pereira Ganrrinho.Começou assim a fundação de um povoado, à margem direita do Rio Pajeú, mais tarde denominada Povoação de Flores, em alusão ao cultivo de flores a que se destinava Aracê e Moema.
    Na data de 11 de setembro de 1783, foi criada a Freguesia de Flores do Pajeú. A vila foi criada, também por alvará, a 15 de janeiro de 1810 oficialmente considerada a data de criação do município. A 20 de maio de 1833, quando uma Resolução Presidencial criou várias comarcas no Estado, Flores tornou-se uma delas, sob a denominação de Comarca do Sertão de Pernambuco.
    Em 6 de maio de 1851 a Lei Provincial 280 transferiu a sede do município de Flores para a povoação de Serra Talhada, então denominada Vila Bela, transferindo também a sede da comarca de Pajeú de Flores.6
    Em 26 de maio de 1858 a Lei Provincial 437 transformou a freguesia de Flores em município.6
    Depois que o Estado foi dividido em municípios (através da Constituição Estadual de 17 de Junho de 1891), Flores tornou-se município autônomo, através de lei datada de 3 de agosto de 1892. A antiga Comarca de Flores compreendia a vasta área onde estão, hoje, os municípios de Afogados da Ingazeira, São José do Egito, Triunfo, Serra Talhada, Floresta, Tacaratu e Tabira.

    Geografia]

    Localiza-se a uma latitude 07º52'05" sul e a uma longitude 37º58'29" oeste, estando a uma altitude de 466 metros. Sua população estimada em 2010 era de 22.169 habitantes.

    Possui uma área de 995,558 km².

    Carnaíba

    Carnaíba é um município brasileiro do estado de Pernambuco.

      História

      O território do atual município de Carnaíba era habitado pelos índios Cariris. Registros rupestres destes primitivos habitantes foram encontradas nas Serras do Boqueirão e da Matinha.6
      No século XIX, iniciou-se o povoamento quanto o fazendeiro João Gomes dos Reis estabeleceu-se na Fazenda Lagoa da Barroca. Ali foi construída a capela de Santo Antônio, no entorno da qual cresceu a vila de Carnaíba de Flores. A vila foi criada em 29 de junho de 1823. O distrito foi criado em 29 de julho de 1893, subordinado ao município de Flores.6
      Foi elevado à categoria de município com a denominação de Carnaíba, pela lei estadual nº 1018, de 29 de dezembro de 1953.6

      Topônimo

      O município deve o seu topônimo à abundância de carnaúbas na região. O topônimo vem dos carnaubais da região. A palavra origina-se do tupi karana'iwa, "planta espinhosa".7

      Geografia

      Localiza-se a uma latitude 07º48'19" sul e a uma longitude 37º47'38" oeste, Brasil-Nordeste-Pernambuco-Sertão do auto pajeú estando a uma altitude de 485 metros. Sua população estimada em 2009 era de 19.155 habitantes e uma área de 437 km², fica a 400 km da capital Pernambucana.
      O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005.8 Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico inferior a 800 mm, o índice de aridez até 0,5 e o risco de seca maior que 60%.

      Filhos ilustres

      Foi em Carnaíba que nasceu Zé Dantas grande compositor nordestino, conhecido por suas belas canções como O xote das meninas, Derramar o Gás, A Volta da Asa Branca, O Forró de Mané Vito, Vozes da Seca, Vem Morena, Algodão, Cintura Fina, Imbalança, Mané e Zabé, Minha Fulô, Noites Brasileiras, São João na Roça, Paulo Afonso, Riacho do Navio, Sabiá, Samarica parteira, Siri Jogando Bola etc.

      O cantor e compositor Daniel Bueno também é filho de Carnaíba. O músico já gravou com grandes nomes da MPB em 12 CDs lançados. Fazenda de Vovô, O Filme, As Coisas que Deixei Ali e Minha Saudade (c/Geraldo Freire) são músicas de destaque.

      LENDAS NORDESTINAS

      A Lenda do Saci


      Pretinho arteiro, de olhos carburantes e barrete de rubra cor à cabeça, traquinando e assobiando pelas estradas em horas-mortas, a pelear, maldosamente, com suas travessuras, os animais e a trançar-lhes as crinas.

      Com efeito, o viajante que, no sertão, ao cair da tarde, cochilando o seu cansaço, as pernas lassas, caídas sobre as espendas da sela, busca o pouso para descansar os membros doridos da jornada, ao encilhar a montaria, na manhã seguinte, para seguir viagem, encontrará muitas vezes, a crina do animal emaranhadamente trançada.

      Atribuirá por certo às artes do Saci, sem indagar de uma pequenina ave do sertão que revela o curioso característico de, em procurando no dorso dos animais a alimentação que lhe é cara, carrapatos e outros parasitas, nunca deixam sem antes trançá-las com o bico sedenho.

      Os redemoinhos, fenômenos produzidos por desequilíbrio das atmosferas, verdadeiras trombas aéreas que se formam vertiginosamente em espiral, carregando folhas secas, gravetos e areia em suas passagens, esses fenômenos consoante à crença entre os caipiras, são produzidos pelo Saci, e se algum dotado de verdadeira fé, lançar sobre a tromba um rosário de capim, aprisioná-lo-á, por certo, e se conseguir o barrete, terá em prêmio a ventura que aspirar.



      Outra versão da lenda do Saci:

      "Esta entidade matreira, traquina e das mais conhecidas é também objeto de incontáveis e controvertidas interpretações, tendo atravessado uma sucessão de metamorfoses, sob a influência mística e supersticiosa de índios (o nome é de origem tupi-guarani), negros, brancos e mestiços.

      Enredado em diversas lendas, em alguns rincões é uma assombração tenebrosa, um eufemismo do capeta, ou ainda um ser simpático e graciosamente assustador - terrisível; em outros, tem uma imagem de benfeitor - o Negrinho do Pastoreio, que encontra objetos perdidos.

      O Saci é apresentado até como filho do Curupira, numa fantástica concepção que, de alguma forma, pode até adquirir certa coerência se tomarmos as variantes em que o Curupira e o Caipora são seres distintos, sendo o segundo, numa delas, uma mulher unípede que anda aos saltos.

      De acordo com a configuração mais popular, o Saci-Pererê é representado por um negrinho de uma perna só que usa carapuça vermelha cujo poder mágico lhe confere a prerrogativa de ficar invisível e de aparecer e desaparecer como fumaça. Ele se faz anunciar por um assobio estridente e adora fumar, aliás essa é uma forte característica do Saci, visto que é difícil imaginá-lo sem seu cachimbo.

      Ah!!, e o Saci também é daqueles fumantes que nunca trazem consigo fósforos ou isqueiros e, por isso, sempre aterroriza os viajantes pedindo-lhes fogo."

      A Lenda do Caipora ou Curupira


      "Este mito que protege nossa fauna e nossa flora, que desorienta o caçador predador, que parte o machado de quem abater árvores sem necessidade.

      Ele que permite através da preservação da natureza, que se preserve assim também pelo maior tempo possível a espécie humana.

      Tendo em vista a preocupação da humanidade em relação à ecologia, coloca o FEFOL, do qual é o Patrono, e sua capital, Olímpia, assim como o próprio folclore, em sintonia com o planeta."

      Entidade mítica de idealização folclórica de procedência tupi-guarani (de "curu"-corruptela de curumim + "pira" = corpo, corpo de menino), com ligações originárias ao homem primitivo e de atributos heróicos na proteção da fauna e da flora.

      Tem como principal signo a direção contrária dos pés em relação ao próprio corpo, o que constitui um artifício natural para despistar os caçadores, colocando-os numa perseguição a falsos rastros.

      Possui extraordinários poderes e é implacável com os caçadores que matam pelo puro prazer de fazê-lo;

      Há, entretanto variantes, extremamente divergentes dessas idéias, onde o Curupira (e/ou Caipora, do tupi-guarani "caá", mato, e "pora", habitante), é um ser medonho e perverso: "o demônio das florestas"; na concepção pictória, "aparece" de várias formas: como um menino de corpo peludo, cabelos avermelhados e dentes verdes; como um curumim; como um duende sem cabelos e com o corpo coberto de pelos verdes; como um anão, um caboclinho, etc.

      O Curupira tem para nós olimpienses uma peculiar importância por ser o patrono do FEFOL, durante a qual é incumbido de governar a cidade após receber (personificado) das mãos do prefeito a carta de mandatário e a chave simbólica do município.

      É um mito existente em todo o Brasil. É um ente fantástico, demoníaco, cruel para os que não o atendem. É representado ora como mulher unípede, o Caipora-Fêmea, ora como um tapuio encantado,nu, que fuma no cachimbo, este último na área do Maranhão a Minas.

      Manoel Ambrósio dá a notícia, no Nordeste, de um caboclinho com um olho só no meio da testa, descrição que nos faz lembrar dos ciclopes gregos. Também aparece no Paraná como um homem peludo que percorre as matas montado num porco-espinho.

      No Vale do Paraíba, estado de São Paulo, ele é descrito como um caçador façanhudo, bastante feio, de pêlos verdes e pés virados para trás.

      Outro nome do Caipora, ou Caapora, é Curupira, protetor das árvores, chamado assim quando apresenta os pés normais.

      Em algumas regiões, há fusão dos dois duendes, em outras elas coexistem. O mito emigrou do Sul para o Norte, conforme conclusão dos estudiosos.

      Existe na Argentina o mesmo duende, como um gigante peludo e cabeçudo. Couto de Magalhães aceita a influência platina no nosso Caipora.

      Nesse conto brasileiro, o duende vira ao avesso o caçador. Também é comum, principalmente em Minas e São Paulo, o castigo de matar de cócegas aquele que não tem fumo para contentá-lo.

      O Caipora, ou Pai-do-Mato, é protetor da caça e reina sobre todos os animais.

      É mau espírito. Infelicita os que encontra, quando não lhe dá tremendas surras. Deparar o Caipora traz conseqüências desagradáveis.

      Por extensão, passou a lenda a considerar qualquer encontro com o Caipora como causa de infelicidade. Daí caiporismo = má sorte.

      O Caipora, também chamado Curupira e, em algumas regiões, Caiçara, justificado pelas lendas ameríndias, é protetor da caça e guardião dos caminhos. Em maio de 1550, dizia o Padre Anchieta que o Caiçara maltratava os índios nas brenhas, com chicotadas.

      Chegava até a matá-los, à força de maltratos. Os índios, para apaziguá-lo, deixavam para ele, nas clareiras, penas de pássaros, redes, esteiras. Segundo Gonçalves Dias, Curupira é o espírito mau que habita as florestas. Descreve-o assim: 'Veste as feições de um índio anão de estatura, com armas proporcionais ao seu tamanho'. Governa os porcos-do-mato e anda com varas deles, barulhando pela floresta. O mesmo mito é encontrado em toda a América Espanhola: no Paraguai, na Bolívia, na Venezuela.

      Entre os Chipaias, tribo guarani moderna, há a crença no Curupira, como sendo um monstro antropófago, gigantesco, muito simplório, conforme relato de Artur Ramos, em Introdução à Antropologia Brasileira.

      Apesar de serem conhecidos o nome e o mito Curupira, no Vale do Paraíba é mais encontradiço o nome Caipora, usado até para designar gente de cabeleira alvoroçada.

      Lá, é um caboclinho feio pra danar, anão de pés virados para trás, cabeludo. Viaja montado em um porco-espinho, com a cara virada do lado do rabo da montaria.

      Quem vai mato a dentro, tem que se prevenir com fumo de rolo, para lhe oferecer.

      Uma variação fonética mais recente foi recolhida no estado de São Paulo, e consta do reforço do primeiro 'r' brando do nome, para Currupira. Assim se diz em alguns pontos da Serra Quebra-Cangalha, nas alturas de Silveiras e assim foi ouvido em Olímpia, cognominada a Capital Nacional do Folclore.

      Boitatá, a Cobra de fogo


      Ou Batatá, Baitatá, Biatatá, Bitatá, Batatal... O nome é indígena e quer dizer "cobra de fogo". E é justamente o que ela é. Contam que certa vez houve uma grande enchente e todos os bichos morreram, menos a cobra.

      Quando a água baixou, era tanta comida  que ela até ficou fresca: só queriacomer os olhos dos bichos, porque eram mais molinhos (é meio nojento, mas a lenda é assim).

      Foi comendo tanto olho, tanto olho, que sua pele ficou transparente e ela virou uma cobra de luz! Virou o Boitatá. Dizem que o Boitatá persegue quem faz queimadas nas matas, e se você correr — babau! Lá vai ela atrás.

      A lenda do boto cor-de-rosa


      A lenda do boto cor-de-rosa, assim como muitas outras lendas, faz parte do rico folclore brasileiro. Trata-se de uma crença disseminada pela população ribeirinha que habita as margens do rio Amazonas.

      A lenda conta que durante as festas juninas, enquanto as pessoas celebram alegremente, um boto aparece disfarçado de homem e se mistura ao povo local, seduzindo as moças bonitas e levando-as para as profundezas do rio. Eventualmente pode acontecer do boto engravidar algumas dessas moças.

      Diz-se que o boto tem a aparência de um homem extremamente sedutor e gentil, sempre vestido de branco e usando chapéu. Como sua transformação nunca é completa, o chapéu serve para esconder as grandes narinas que se localizam no topo de sua cabeça, formando um buraco.

      Por isso, todos ficam atentos ao notar a presença de um homem elegante e desconhecido nas redondezas, se usar chapéu é comum que lhe peçam para tirar e mostrar o topo da cabeça. Quando uma jovem surge grávida e não se sabe do pai, é comum colocarem a culpa no boto.

      Os botos são animais que realmente existem. Eles habitam os rios de água doce e são mamíferos. Agora, se essa lenda é verdade, só mesmo indo para a Amazônia e encontrando com um deles por aí...

      A Iara


      A IARA ou Mãe-D'água - figura mitológica difundida entre os indígenas e caboclos após o século XVII, de aculturação provavelmente européia e tendo suas raízes nas sereias. Loira e muito bonita, a mãe-d'água atrai os pescadores, ou quem quer que se aproxime de rio ou praia `a noite, e leva o pretendente a afogar-se em busca de diversão. Em algumas comunidades é reputada como protetora das águas e pescas. Sendo meio peixe e meio mulher, apresenta-se a pentear os cabelos, a cantar ou mesmo conversando com algum passante. Encantado e quase que sob efeito hipnótico, o pretenso parceiro mergulha nas profundezas da água, onde sufoca e morre.1

      A Iara é uma bonita moça que vive na água, contam os índios. Dizem que é tão linda, que ninguém resiste ao seu encanto. Costuma cantar com uma voz tão doce, que atrai as pessoas. Quando se percebe, já é tarde. Ela arrasta a vítima para o fundo das águas. Os índios têm tanto medo da Iara, que, ao entardecer, evitam ficar perto dos lagos e dos rios. Receiam ser atraídos por ela.

      Jaguarari era um moço índio. Ele era muito forte, tão forte como a onça. E se houvesse uma luta entre os dois, não sei quem sairia ganhando. Era, também, muito corajoso e os outros moços índios morriam de inveja. Os velhos gostavam dele, porque era bondoso. As moças, então, viviam elogiando sua elegância, sua força, sua ligeireza! É claro que ele se sentia feliz.

      O índio Jaguarari gostava de remar e possuía uma canoa muito bonita. Mas bonita mesmo! Feita com todo o capricho. Quando ele passava, remando, as aves da beira do rio não fugiam, ao contrário, esticavam o pescoço o mais que podiam para vê-lo passar.

      Para pescar e caçar não havia outro! Não tinha nem graça: enquanto os outros índios se cansavam, correndo pela selva atrás de algum bicho, Jaguarari caçava quantos queria. Depois, pedia aos jovens índios que o ajudassem a carregar os animais que havia caçado. E eles, embora tivessem inveja de Jaguarari, não conseguiam resistir ao seu pedido, tão grande era sua simpatia.

      Como o moço era bondoso, ainda repartia os animais abatidos com os amigos, proibindo-os de contar aos outros índios quem os havia caçado...

      Um dia, ele partiu bem cedo para a caça. Ia sozinho. A manhã estava linda. De toda parte, saíam gritos, pios, cantos, saudando o sol que transformava tudo em vida e alegria. O moço índio sentia-se mais feliz do que nunca e não parava de admirar as maravilhas que encontrava: as aves voando perto das águas tranqüilas do lago... O colorido das flores... As teias de aranha cobertas de orvalho, parecendo tecidas com fios de prata... Quanta beleza! Entusiasmado, ele resolveu passar o dia na floresta. Só voltaria à aldeia quando começasse a anoitecer. Queria aproveitar bem aquele dia maravilhoso. Foi entrando pela selva, até alcançar lugares que ainda não conhecia. Em tudo encontrava a mesma vida e a mesma beleza, que pareciam nascer da luz do sol.

      Encontrou um lago muito bonito, o mais bonito que ele já havia visto. Tinha uma superfície tão calma e cristalina, que parecia ser de vidro. Não resistiu e resolveu dar um mergulho. Como sempre, as aves que se achavam nas margens não fugiram. Chegaram mais perto do lago, para ver melhor o moço índio.

      Depois de se banhar demoradamente, deitou-se à beira do lago e ficou admirando a beleza do céu. Ficou assim horas, completamente esquecido do que pretendia fazer. Quando se lembrou, deu um salto, apanhou o arco, as flechas e partiu para a caça. Não queria caçar muito, pois estava longe de sua aldeia.

      E ficou por ali, caçando, até sentir fome. Preparou e comeu uma das caças e, sentindo sono, deitou-se para descansar um pouco. Adormeceu profundamente. Quando despertou, viu que o dia já estava terminando. Apressou-se em voltar à aldeia.

      Mal começou a andar, ouviu um canto que o deixou maravilhado. Nunca ouvira nada tão bonito, antes. Deixava longe o canto do uirapuru! Jaguarari, encantado, queria conhecer a ave que cantava assim, mas já era tarde. Precisava ir embora, mas era tão bonito! Poderia voltar outro dia... E não conseguia afastar-se.

      Sem perceber, foi andando na direção da doce e mágica melodia. Afastando cipós e folhagens, sem ligar para o perigo que podia encontrar, foi seguindo como que puxado por uma corda invisível.

      Não demorou muito, chegou, por outro caminho, ao lago onde havia nadado. E viu a Iara.

      Era realmente a Iara. Tinha um rosto tão lindo, que o moço ficou impressionado.

      Sempre atraído, ele já estava quase dentro da água. Lembrou-se, porém, do que os velhos costumavam contar sobre a Iara e se agarrou desesperadamente ao tronco de uma árvore, à beira do lago.

      A Iara, que já o tinha visto antes, quando ele estava nadando, queria leva-lo para o fundo das águas. Como não gostava da luz do dia, esperara entardecer para atrair o moço com o seu canto.

      Jaguarari, por ser forte, muito forte, conseguiu resistir, agarrado ao tronco da árvore. Depois, segurando os cipós que havia por perto, conseguiu afastar-se do lago. Percebeu, então, inúmeros animais e aves, paralisados pelo canto da Iara. Estavam tão hipnotizados, que nem perceberam a sua passagem.

      Quando chegou à aldeia, sua mãe notou que ele estava diferente.

      - Que aconteceu? - perguntou-lhe. Você foi atacado por alguma fera?

      - Não, minha mãe. Nada me aconteceu.

      - Mas você está tão esquisito! Nunca o vi assim!

      - E apenas cansaço. Estive muito longe e precisei andar depressa, para que a noite não me pegasse na floresta.

      - Ainda bem. Pensei que fosse coisa mais grave.

      No dia seguinte, ele continuou preocupado e triste, bem diferente do que havia sido até então. Todos estranharam e queriam saber o que lhe havia acontecido. Muitos acreditavam que ele estava sendo vítima de Jurupari, o espirito do mal, pois o moço não ligava para mais nada. Apenas continuava a caçar e a pescar. Só que não trazia mais bichos e peixes, como antes. Agora, trazia apenas algum bichinho e dois ou três peixes, quando muito. Ele ficava a maior parte do tempo na beira do lago, para tornar a ver a Iara. Estava completamente enfeitiçado.

      A Iara, porém, não aparecia mais. E o moço ficava ali, atento, procurando perceber algum movimento na água ou ouvir algumas notas de seu maravilhoso canto.

      A mãe dele é que não conseguia descansar. Ficava à espera do filho e, todas as vezes que lhe perguntava o que estava acontecendo, a resposta era sempre a mesma:

      - Nada. Apenas estou cansado.

      Ele, que antes não gostava de ficar na floresta quando escurecia, voltava agora muitas horas depois de ter anoitecido. E, desde aquele dia, não aceitou mais a companhia de ninguém.

      Os dias foram passando e cada vez Jaguarari parecia mais triste e desanimado. Tanto sua mãe insistiu, que, uma noite, ao voltar do lago, ele lhe contou:

      - Vi a Iara, minha mãe. Num lago, bem dentro da floresta. É a moça mais linda que já me apareceu. Não existe outra igual. Seu canto é tão bonito, que não consigo esquecê-lo. Preciso vê-la outra vez e, novamente, ouvir a sua voz maravilhosa!

      - A pobre mãe pôs-se a chorar:

      - Fuja da Iara! - pediu-lhe. Ela conseguiu enfeitiçá-lo e você será morto, se não se afastar dela!

      Ele foi para a rede, mas não pôde dormir. A lembrança do canto da Iara roubara-lhe o sono.

      No dia seguinte, ouvindo o conselho da mãe, Jaguarari não saiu da aldeia. À medida, porém, que a tarde ia caindo, ele foi ficando impaciente. Não conseguia conter-se. Precisava ir até o lago! Como era tarde demais para atravessar a floresta, tomou uma canoa e começou a descer o rio. Os que estavam por perto pensaram que ele ia pescar.

      De repente, um índio gritou:

      - Ei, Jaguarari não estava sozinho? Pois agora não está mais! Vejam!

      Ao longe, avistava-se Jaguarari de pé, na canoa, em companhia de uma moça. Era a Iara. Foi a última vez que alguém o viu.2


      Boitatá, a Cobra de fogo


      Ou Batatá, Baitatá, Biatatá, Bitatá, Batatal... O nome é indígena e quer dizer "cobra de fogo". E é justamente o que ela é. Contam que certa vez houve uma grande enchente e todos os bichos morreram, menos a cobra.

      Quando a água baixou, era tanta comida  que ela até ficou fresca: só queria comer os olhos dos bichos, porque eram mais molinhos (é meio nojento, mas a lenda é assim).

      Foi comendo tanto olho, tanto olho, que sua pele ficou transparente e ela virou uma cobra de luz! Virou o Boitatá. Dizem que o Boitatá persegue quem faz queimadas nas matas, e se você correr — babau! Lá vai ela atrás.

      Bumba meu boi (Folclore Brasileiro)


      O mais importante e talvez o mais conhecido folguedo do Nordeste, espalhado por todo o Brasil, vira aqui brincadeira de roda.

      Brincadeira de meninos, que forma uma roda tendo o boi no centro. O boi pode ser um simples arremedo na cabeça do animal, manejado pelo menino no centro da roda.

      Enquanto cantam, o boi pode, sem prévio aviso, arremeter contra os que formam a roda.

      Canta o toureiro:
      Meu boi é laranjo

      E! boi...

      Os meninos respondem acompanhados pelos presentes:

      Meu boi é pintado

      E boi...

      Meu boi é bonito

      E! boi...

      Saúda essa gente

      E! boi...

      Meu boi é rosado

      E! boi....

      Meu boi é calçado

      E! boi... etc.


      Nesse ponto – E! boi... – é que o boi, no centro, levanta a cabeça e arremete contra os da roda. Os que não são atacados incentivam o boi com gritos, risadas e apupos. depois, escolhido o novo boi, forma-se de novo a roda e a brincadeira continua.

      Mula-sem-cabeça, a mulher do padre


      Diz a lenda que mulheres que saem com padres viram mula-sem-cabeça na noite de quinta para sexta-feira. Ela sai galopando por aí, assombrando os pobres seres que cruzam seu caminho. Lança fogo pelas narinas e pela boca.

      Suas patas são de ferro, por isso ela pode galopar à vontade sem gastar os cascos. Como se não bastasse, fica relinchando a noite inteira e não deixa ninguém dormir. Para acabar o feitiço, alguém tem de ter a coragem de ir até ela e tirar o freio de ferro que ela leva nos dentes (dizem que ela não tem cabeça, mas tem boca, dentes e narinas). Haja coragem de enfrentar um bicho desses!